Brasil se prepara para assumir a liderança da Força-Tarefa de Redução de Risco de Desastres do G20
O Brasil está se preparando para assumir a liderança como o próximo presidente do G20, a partir de 1º de dezembro. Em um contexto de desafios globais complexos, o Brasil anunciou seu compromisso de priorizar, durante sua presidência, a luta contra a desigualdade social e a pobreza, que são fatores de risco de desastres. Essa visão é impulsionada por um profundo entendimento de que abordar essess problemas urgentes é uma etapa essencial para o desenvolvimento sustentável.
Em reuniões recentes entre altos funcionários brasileiros e o Escritório das Nações Unidas para Redução do Risco de Desastres (UNDRR), Mami Mizutori, Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para DRR e Chefe do UNDRR, elogiou o Brasil por enfatizar a luta contra a desigualdade em todas as suas formas. Como um dos principais parceiros de conhecimento do Grupo de Trabalho do G20 sobre Redução do Risco de Desastres (DRR), Mizutori garantiu o forte apoio da UNDRR à liderança do Brasil.
"Ao priorizar a inclusão social, combater a fome e a pobreza e promover o desenvolvimento sustentável, o G20 Brasil reconhece que é essencial colocar as pessoas, as vidas e os meios de subsistência no centro da ação climática. Isso se alinha perfeitamente com os esforços de RRD que visam proteger os mais vulneráveis e construir comunidades resilientes", disse Mizutori.
A Embaixadora Maria Laura da Rocha, Secretária Geral de Assuntos Externos, explicou que o Brasil reconhece que a prevenção de riscos desempenha um papel fundamental na realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Ao canalizar recursos para a prevenção, o Brasil está tomando medidas proativas para salvaguardar vidas e o bem-estar de suas comunidades, cidades e regiões.
Reconhecendo as interligações entre financiamento, mudança climática, risco de desastres e desigualdade, as discussões nessas reuniões destacaram a importância de coordenar esforços.
De acordo com Rui Costa, Ministro da Casa Civil do Brasil, os governos locais estão enfrentando cada vez mais desastres, exacerbados pela mudança climática, o que destaca o dever imediato de ter Sistemas de Alerta Antecipado (EWS) eficazes e o desenvolvimento de planos resilientes e de redução de riscos de desastres nas cidades. Acrescentou queé necessário capacitar tanto as comunidades e como os servidores públicos das das cidades nos instrumentos e medidas fundamentais para construir uma nação mais segura e mais bem preparada.
O embaixador Mauricio Lyrio, Sherpa na presidência brasileira do G20, comentou que o trabalho do Brasil se concentrará na redução da desigualdade entre fronteiras, no combate a fome, no combate as mudanças climáticas, na reforma da governança e no combate a desigualdade social, de gênero e climática. "Vemos um caminho em que o G20 pode ser uma ferramenta poderosa para um sistema mais democrático e inclusivo, representando os mais vulneráveis entre nós", disse ele.
O Ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, reafirmou o compromisso do país com a RRD, a adaptação climática e a resiliência. Ao mesmo tempo, reiterou a intenção de implementar um plano nacional alinhado com o Marco de Sendai. O Plano será um instrumento valioso da agenda de RRD em um futuro próximo.
A Índia, que está deixando a presidência do G20, estabeleceu uma base sólida para a RRD na estrutura do G20. A criação de um grupo de trabalho dedicado à RRD elevou a questão a um novo patamar dentro da arquitetura do G20. O trabalho da Índia definiu cinco áreas prioritárias de ação traçam um caminho claro para o aumento do financiamento para a prevenção, o avanço da resiliência da infraestrutura, o aprimoramento das soluções baseadas na natureza, a garantia de uma cobertura mais ampla dos sistemas de alerta precoce de múltiplos riscos e a recuperação, reabilitação e reconstrução pós-desastre.
A visão ambiciosa do Brasil para a liderança do G20, está totalmente alinhada com a redução do risco de desastres, e tem o potencial de posicionar o país como liderança global em tal temática. Enquanto o mundo aguarda ansiosamente a cúpula do G20 no Brasil, o país tem uma oportunidade única de definir a agenda global sobre a redução do risco de desastres. "Temos orgulho de apoiar o Brasil em seu caminho para a liderança global", acrescentou Mizutori.